segunda-feira, 28 de março de 2011

Caso Tamires: a morte da jovem será apurada pela Comissão de Direitos Humanos


A morte da jovem Tamires Pereira Vargas, 19, chocou a população maranhense pelas condições em que ocorreu, e continua repercutindo na Assembléia Legislativa. O assunto foi trazido á Tribuna da AL pelo deputado Léo Cunha (PSC) na última segunda-feira (14) quando o deputado denunciou o caso e pediu o imediato afastamento dos polciais envolvidos na prisão. Após a denuncia feita pelo parlamentar,a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Casa decidiu acompanhar as investigações.
Ontem á tarde (17), a Comissão reuniu-se pela primeira vez para ouvir a mãe de Tamires, Josefa da Silva Vargas e uma amiga da jovem que preferiu não revelar o nome.
Na reunião os deputados resolveram ir até Porto Franco, cidade em que Tamires ficou presa e foi encontrada morta dentro da delegacia, e a Campestre, local de onde a jovem foi conduzida pelos policiais: “Iremos visitar as delegacias das duas cidades, conversar com os delegados, policiais e presos e também ouvir a comunidade. Nosso interesse é esclarecer os verdadeiros motivos da morte desta jovem, que foi assassinada no último dia 08, Dia Internacional da Mulher. Além disso, nós, deputadas e deputados, queremos chamar a atenção das autoridades para o número de mortes registradas dentro de unidades prisionais. Somente este ano, já foram onze ”, explicou a presidente da Comissão, deputada Eliziane Gama (PPS).
Tanto a mãe de Tamires quanto a amiga dela disseram aos parlamentares não acreditarem na versão de suicídio, defendida pela polícia: “A Tamires não sofria de depressão. Era uma jovem normal, feliz e que adorava a vida. Não consigo conceber esta versão dando conta de que a minha filha se suicidou”, afirmou Josefa da Silva.
A amiga da jovem contou alguns detalhes que antecederam o fato. Disse que encontrou Tamires na noite de terça-feira de Carnaval na cidade de Campestre. Revelou que, até agora, não consegue entender os motivos que levaram quatro policiais militares a prenderem Tamires e colocarem a mesma dentro da viatura. “Aconteceu uma briga e os policiais jogaram spray de pimenta. Eu e ela, é bom frisar, estávamos longe desta confusão. A Tamires ficou com os olhos irritados e, por isso, fomos a um posto de saúde. Depois retornamos para a festa. Num determinado momento percebi que os quatro policiais estavam ao redor dela. Saí rapidamente do local e quando retornei eles [policiais] já tinham prendido minha amiga. Cheguei a falar com ela dentro da viatura. Ela apenas gritava. Os policiais levaram ela para a delegacia de Campestre, onde não foram atendidos pelo delegado que, segundo os próprios policiais, estava dormindo. Foi aí que eles [policiais] a levaram para a delegacia de Porto Franco. Só no outro dia que soube que ela havia morrido. Não consigo acreditar nesta versão de suicídio. Tamires era uma ótima mãe [ela tinha uma filha de dois anos] e adorava a vida”, contou.
Os deputados Marcelo Tavares (PSB), Bira do Pindaré (PT – vice-presidente da Comissão), Eduardo Braide (PMN), Váleria Macedo (PDT), Vianey Bringel (PMDB), Carlinhos Amorim (PDT), Léo Cunha (PSC), Edson Araújo (PSL) e Antônio Pereira (DEM) também foram unânimes ao defender uma apuração mais severa acerca dos fatos que envolveram a morte de Tamires.

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